MIRTILO

Foto MIRTILO

A planta

As cultivares comerciais de mirtilo no Brasil pertencem a duas espécies; Vaccinium corymbosum L. e Vaccinium ashei. As espécies de V. corymbosum L apresentam arbustos de médio vigor com hastes semieretas. Seus frutos são médios a grandes e de excelente qualidade para consumo in natura. Já as cultivares da espécie V. ashei apresentam arbustos de alto vigor com hastes longas e eretas com frutos mais ácidos e de menor calibre.
 

Clima

Quanto a exigências climáticas em números de horas com frio abaixo de 7,2°C, as cultivares podem ser divididas em três grandes grupos; Northern Highbush (com exigências superiores a 800 horas) Southern Highbush (com exigências de 150 a 400 horas) e Rabbiteye (com exigências de 250 a 400 horas).

As plantas de mertileiro possuem sistema radicular muito raso e são suscetíveis à seca. O uso de irrigação localizada é indicado para se manter a umidade do solo próximo à capacidade de campo.
 

Solo

O cultivo do mertileiro não é indicado em solos mal drenados e muito argilosos. Nestes casos, o preparo do solo com a incorporação de grande quantidade de resíduo vegetal (principalmente de materiais mais grosseiros como a casca de pinus) formando um camalhão, favorece o desenvolvimento das raízes e a drenagem do solo.

A cultura necessita de um bom manejo da fertilidade. A cultura desenvolve-se bem a uma faixa de pH entre 4,2 e 5,5. Porém deve se dar atenção para correção do solo quando se tem presença de alumínio e manganês em concentrações tóxicas para as plantas. A correção dos teores de fósforo e potássio deve ser realizada para melhor desenvolvimento da cultura. Devido ao grande volume de resíduos vegetais com alta relação C/N, as adubações com nitrogênio devem ser realizadas de forma parcelada ao longo do ciclo da cultura. Para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina há recomendação oficial de adubação, para determinar as doses a serem utilizadas consulte um engenheiro agrônomo. 
 

Plantio

O plantio somente deve ser realizado quando todas as práticas de preparo do solo e a implantação do sistema de irrigação foram realizadas. Recomenda-se transplante das mudas com idade acima de 1 ano.

O espaçamento é definido conforme o tamanho da copa característica da cultivar escolhida. Comumente, o espaçamento entre plantas utilizado é de 0,8 m a 1,5 m, sendo o menor espaçamento para cultivares com menor tamanho de copa e para maior tamanho de copa usam-se maiores espaçamentos. Espaçamentos entre linhas de plantio de 3,0 metros favorecem as práticas mecanizadas de manejo, porém em áreas menores o espaçamento pode ser reduzido para otimização da área. 
 

Principais práticas de manejo

As podas consistem em remover ramos fracos, que já frutificaram, doentes e principalmente a renovação das hastes. A poda de renovação consistem em retirar hastes com 3 a 5 anos, dependendo da cultivar, para estimular a emissão de hastes novas. Podas de desponte de ramos em estádios vegetativos podem ser realizadas para promover a formação de ramos laterais.

O mertileiro não tolera competição com plantas daninhas. Atenção redobrada deve ser dada nos primeiros anos para favorecer o estabelecimento da cultura. Com o pomar adulto o manejo das plantas daninhas nas linhas de plantio pode ser realizado com a aplicação de resíduos vegetais e nas entre linhas com roçadas.

O monitoramento de pragas e doenças deve ser realizado periodicamente em todo o ciclo da cultura para que se usem práticas adequadas de controle quando detectadas.
 

A colheita

A entrada em produção depende do grupo de cultivares que serão plantadas. Para mirtilos do grupo rabbiteye a entrada em produção ocorre no primeiro ano após o plantio. Já para os mirtilos do grupo highbush a entrada em produção ocorre no segundo ano após a implantação da cultura.

Os frutos iniciam a maturação com a troca de cor, passando de verde para azul. A maturação é desuniforme sendo necessário passar colhendo até sete vezes na mesma planta.

A colheita é realizada em caixas plásticas quando o destino da fruta é a indústria. Se o destino for o mercado in-natura, pode-se realizar a colheita diretamente nas cumbucas ou em caixas, para após seleção e embalagem, tendo o cuidado de baixar a temperatura da fruta e evitar a incidência de raios solares imediatamente após a colheita. As frutas podem ser facilmente danificadas. Assim os cuidados devem ser redobrados para que não ocorram danos mecânicos que possam afetar a integridade e a aparência do produto.

FRAMBOESA

Foto FRAMBOESA

A planta

As framboesas pertencem à família botânica das Rosáceas, gênero Rubus, um amplo gênero de onde as framboesas vermelhas (Rubus idaeus) são as mais cultivadas em nível mundial. No Brasil alguns produtores cultivam em seus quintais uma fruta denominada framboesa negra, que pertence a espécie Rubus niveus. A framboesa amarela pertence à espécie Rubus idaeus, porém, devido a uma mutação natural a mesma não apresenta o pigmento que dá coloração vermelha à fruta.

As framboesas apresentam dois distintos grupos definidos pelo seu hábito de floração, as reflorescentes e não reflorescentes. As reflorescentes produzem na haste nova e na haste velha, assim as hastes que emergem do solo desenvolvem-se e florescerem na parte terminal da haste, produzindo no final do verão e início do outono e a segunda florada ocorre nas gemas subapicais da haste velha, após o período de dormência, produzindo na primavera. Enquanto que as framboesas não reflorescentes apenas florescem e frutificam na haste velha, após um ano de crescimento vegetativo e passagem por período de dormência no inverno.
 

Clima

A cultura é bastante exigente em condições hídricas e acúmulo de horas frio. A planta de framboesa desenvolve-se bem em ambientes de clima temperado onde encontra condições de acúmulo de frio hibernal abaixo de 7,2 °C  Partir de 400 horas. O tamanho e a massa do fruto estão diretamente relacionados com a disponibilidade hídrica para a cultura, sendo assim em pomares comerciais o uso de irrigação é indispensável onde não ocorra boa distribuição hídrica.
 

Solo

O cultivo da framboeseira, assim como a amoreira-preta, pode ser realizado em qualquer tipo de solo, apenas com restrição para os mal drenados. Embora exigente em condições hídricas a cultura não tolera o encharcamento, devendo evitar estes locais.

Não há recomendação oficial de adubação e calagem para a cultura da framboesa no Sul do Brasil. Na região de Vacaria, RS, bons resultados estão sendo obtidos com a correção do pH para 6,0 e utilizando recomendações de adubação de pré-plantio com fósforo e potássio disponíveis para a cultura da amora-preta. Para determinar as doses a serem utilizadas consulte um engenheiro agrônomo.
 

Plantio

Havendo disponibilidade hídrica o plantio das mudas pode ser realizado em qualquer época do ano. Plantios realizados no final do inverno e início da primavera proporcionam frutificações no outono do primeiro ano de cultivo. O plantio das mudas deve ser realizado depois de todas as práticas de preparo do solo, principalmente as correções de pH e os níveis de fósforo, e sempre que possível com o sistema de irrigação já em funcionamento.

Para a cultura da framboeseira é usual o espaçamento de 0,30 m entre plantas e de 3 m entre filas. Esta densidade irá proporcionar uma maior produção já nos primeiros anos de cultivo.
 

Principais práticas de manejo

A poda da framboeseira é relativamente simples e realizada em duas etapas. A primeira poda é realizada antes da quebra de dormência onde se faz uma seleção das melhores hastes e o desponte da haste abaixo da ultima gema que frutificou ou a altura do último arame de sustentação. A outra etapa da poda se faz logo após a colheita dos frutos com a retirada da haste velha, a haste que produziu os frutos de primavera, com corte rente ao solo.

A framboeseira é muito sensível a competição com plantas daninhas e a ocorrência de pragas e doenças. Deve-se evitar o desenvolvimento de plantas daninhas nas linhas de plantio e nas entre linhas o manejo pode ser realizado com roçadas. Os principais danos ocasionados por pragas e doenças são em função do aparecimento da mosca das frutas e da ferrugem no fruto. O monitoramento e o conhecimento destes são peças chave para o sucesso da cultura dado o grande potencial de dano provocado por estes agentes.
 

A colheita

Para cultivares reflorescentes plantadas no final do inverno a framboeseira entra em produção no primeiro ano de plantio. O rendimento máximo da cultura pode ser alcançado no terceiro ano após a implantação do pomar, com produtividades próximas a 10 toneladas por ha.

Devido à maturação irregular das frutas e ao longo período de frutificação são necessárias várias passadas no mesmo ponto para realizar a colheita. O ponto de colheita a campo é determinado pela intensidade da coloração vermelha das frutas e pela facilidade de desprendimento das drupas do racemo.

A colheita é realizada em caixas plásticas quando o destino da fruta é a indústria. Se o destino for o mercado in-natura, pode-se realizar a colheita diretamente nas cumbucas ou em caixas para após seleção e embalagem, tendo o cuidado de baixar a temperatura da fruta e evitar a incidência de raios solares imediatamente após a colheita. As frutas podem ser facilmente danificadas. Assim os cuidados devem ser redobrados para que não ocorram danos mecânicos que possam afetar a integridade e a aparência do produto.

AMORA PRETA

Foto AMORA PRETA

A planta

As cultivares de amora-preta, em plantios comerciais no Brasil, pertencem a varias espécies do gênero Rubus. Assim frequentemente são denominadas como Rubus spp. Estas cultivares são resultado do Programa de Melhoramento da Estação Experimental de Pelotas, RS, hoje Embrapa Clima Temperado, através de sementes hibridas provenientes da Universidade de Arkansas ou da introdução de cultivares americanas.

A amoreira-preta é um arbusto formado por hastes que emergem de gemas radiculares. Suas hastes são vigorosas e podem apresentar, ou não, espinhos em toda sua extensão. Os frutos são produzidos em ramos que brotam nas hastes de ano, ou seja, nas hastes que passaram pelo período de dormência. Seu sistema radicular é vigoroso com a maioria do volume radicular desenvolvendo-se na superfície do solo.
 

Clima

A cultura pode se desenvolver em diversos tipos de clima. As cultivares mais plantadas no Brasil, como a Tupy, possuem baixo requerimento em frio, podendo assim ser cultivadas em diferentes regiões do país. Entretanto, há cultivares que possuem alta exigência em acúmulo de horas frio, devendo ser cultivada onde estas condições são atendidas.
 

Solo

O cultivo da amoreira-preta pode ser realizado em qualquer tipo de solo, apenas com restrição para os mal drenados. Embora exigente em condições hídricas a cultura não tolera o encharcamento, devendo evitar estes locais.

A cultura responde muito bem ao manejo da fertilidade do solo. Quando o solo apresentar pH em água menor que 5,5 a calagem deve ser realizada para elevar a esse valor. A correção dos teores de fósforo e potássio deve ser realizada para melhor desenvolvimento da cultura. Devido ao intenso crescimento vegetativo as adubações com nitrogênio devem ser realizadas de forma parcelada a cada ciclo da cultura. Para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina há recomendação oficial de calagem e adubação, para determinar as doses a serem utilizadas consulte um engenheiro agrônomo. 


Plantio

Havendo disponibilidade hídrica, o plantio das mudas pode ser realizado em qualquer época do ano. Plantios realizados no final do inverno e início da primavera proporcionam desenvolvimento de hastes com potencial produtivo já no segundo cultivo.

O plantio das mudas deve ser realizado quando todas as práticas de correção e sistematização do solo foram realizadas. Sempre que possível o tutoramento deve estar instalado no momento do plantio, ou logo após. O espaçamento recomendado é de 0,5 m entre plantas e 3,0 m entre filas podendo haver variações de acordo com o terreno e a realidade da propriedade.
 

Principais práticas de manejo

Dentre as práticas de manejo da cultura as podas são extremamente importantes devido à renovação da parte aérea todo ano. A primeira poda realizada é o desponte das hastes novas com a finalidade de formar ramos laterais, aumentando o número de ramos produtivos por planta. A segunda poda é realizada antes da quebra de dormência onde se faz uma seleção das melhores hastes e o encurtamento dos ramos laterais. A última poda se faz logo após a colheita dos frutos com a retirada da haste velha, a haste que produziu frutos, com corte rente ao solo.

O manejo adequado das plantas daninhas e o monitoramento e controle de pragas e doenças devem ser realizado para manter o potencial produtivo da cultura. Deve-se evitar o desenvolvimento de plantas daninhas nas linhas de plantio e nas entre linhas o manejo pode ser realizado com roçadas. Embora considerada rústica, danos ocasionados por pragas (como mosca das frutas e a broca da amora) e doenças (como antracnose e mofo cinzento) podem reduzir a produção. O monitoramento é peça chave para correto manejo das pragas e doenças.
 

A colheita

A cultura inicia sua produção no segundo ano após o plantio das mudas. A produção do segundo ano pode alcançar de 30 a 40% do potencial de produção da cultura, que quando bem maneja produz em torno de 18 toneladas por ha.

Devido à maturação irregular dos frutos, são necessárias várias passadas no mesmo ponto para realizar a colheita. O ponto de colheita a campo é determinado pelo brilho e pela intensidade da coloração preta dos frutos. Quando o destino da fruta é a indústria, a colheita é realizada em caixas plásticas. Se o destino for o mercado in-natura, pode-se realizar a colheita diretamente nas cumbucas ou em caixas para após seleção e embalagem.

A amora-preta pode ser facilmente danificada. Assim os cuidados devem ser redobrados para que não ocorram danos mecânicos que possam afetar a integridade e a aparência do produto.